Cuidado Com o Que Escreve na Pedra

 

 

“...se tendes alguma coisa contra alguém, perdoai, para que vosso Pai Celeste vos perdoe as vossas ofensas...” (Marcos 11:25)
 
 
Dois grandes mercadores Judeus, de nomes Jacó e Samuel, eram muito amigos e sempre que faziam suas viagens para um mercado onde vendiam suas mercadorias, iam juntos, cada qual com sua caravana e seus servos e empregados. Numa dessas viagens, ao passarem junto a um rio caudaloso, Jacó resolveu banhar-se, pois fazia muito calor. Em dado momento, distraindo-se, foi arrastado pela correnteza. Samuel, vendo que seu grande amigo corria risco de vida, atirou-se às águas e, com inaudito esforço, conseguiu salvá-lo.
 
Após esse episódio, Jacó chamou um de seus servos e mandou que ele gravasse numa rocha ali existente, a seguinte frase: “Aqui, arriscando a própria vida, Samuel salvou a vida de seu amigo Jacó”.
 
Na viagem de volta, passaram pelo mesmo lugar, onde pararam para rápido repouso. Enquanto conversavam, tiveram uma pequena discussão e Samuel alterando-se, deu tapa no rosto de Jacó.
 
Este se aproximou das margens do rio e com uma varinha, assim escreveu na areia: Aqui por motivos fúteis, Samuel esbofeteou seu amigo Jacó.
 
O servo que fora encarregado de escrever na pedra o agradecimento de Jacó, perguntou-lhe: - Meu senhor, quando fostes salvo, mandou gravar aquele feito numa pedra e agora escreve na areia o agravo recebido. Por que assim o fazeis?
 
Jacó respondeu-lhe: - Os atos de bondade, de amor e abnegação, devem ser gravados na rocha para nunca serem esquecidos e todos procurem imitá-lo. Ao contrário, porém, quando recebemos uma ofensa, devemos escrevê-la na areia, próximo à correnteza do perdão para que desapareça nas águas do esquecimento, afim de que ninguém tome conhecimento delas e acima de tudo para que qualquer mágoa desapareça de nosso coração.